Com aproximadamente 20 anos, Isabel foi o primeiro tatu-canastra do mundo a ser monitorado a longo prazo e nos ensinou tudo o que sabemos sobre a espécie até agora

Existente apenas em países da América Latina, o tatu-canastra é uma criatura exótica e bastante rara. Pela dificuldade de encontrá-lo na natureza, a ciência sabe pouco sobre a espécie até agora. Por exemplo, sabemos que eles são animais solitários, que só saem durante a noite para se alimentar de formigas e podem chegar a passar três quartos de suas vidas escondidos em tocas subterrâneas.E nós só sabemos disso graças à Isabel, a única tatu-canastra monitorada a longo prazo pelos seres humanos na história. Com aproximadamente 20 anos, essa incrível criatura nos ajudou a conhecer informações valiosas sobre a sua existência e como se comporta em seu habitat natural.<h2>A existência do tatu-canastra</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/21/21002755615003.jpg" alt="(Fonte: ICAS/Divulgação)">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://ichef.bbci.co.uk/ace/ws/624/cpsprodpb/bab2/live/42c4ecf0-c051-11ee-896d-39d9bd3cadbb.jpg"> ICAS/Divulgação </a>(Fonte: ICAS/Divulgação)</figure>Até poucos anos atrás, as informações que nós tínhamos sobre os tatus-canastra eram bastantes escassas. Sem ter muitos dados sobre comportamento e reprodução — algo que é considerado básico pelos investigadores —, esses animais eram um verdadeiro mistério para a humanidade. Somente em 2010, quando o pesquisador do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) Arnaud Desbiez começou a trabalhar com armadilhas fotográficas no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121433-seca-de-quase-75-da-agua-do-pantanal-indica-escassez-do-bioma.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pantanal</a>, é que os primeiros dados foram sendo obtidos."Isabel, como a batizamos mais tarde, foi o primeiro animal da espécie que conseguimos monitorar. No começo, eu passava noites em claro tentando segui-la a pé, e de manhã procurava pelo buraco de sua toca", disse Desbiez em entrevista à BBC. Por meio de Isabel, os investigadores puderam afirmar que os tatus-canastra são a maior espécie de tatu conhecida pela ciência, podendo pesar até 60 kg, ter 1,5 metros de comprimento e apresentar garras vorazes de até 20 centímetros.Depois que Isabel foi detectada na natureza, os investigadores ainda conseguiram analisar mais de 40 animais em outros biomas, como Cerrado e Mata Atlântica. A expansão do número de indivíduos analisados foi o que permitiu aos pesquisadores terem uma compreensão maior sobre a espécie, uma vez que um único indivíduo não poderia ser levado como regra.<h2>Espécie ameaçada</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/21/21002821776004.jpg" alt="(Fonte: ICAS/Divulgação)">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://ichef.bbci.co.uk/ace/ws/624/cpsprodpb/7c31/live/9bab21f0-c447-11ee-961f-c3274f20ac7b.jpg"> ICAS/Divulgação </a>(Fonte: ICAS/Divulgação)</figure>Ao longo dos vários anos de estudo, Desbiez e seus colegas descobriram que os tatus-canastra podem continuar se reproduzindo mesmo após os 20 anos. Segundo eles, a idade máxima de reprodução de um animal na natureza é um dado crucial para muitos modelos populacionais, podendo prever quantos deles ainda existem espalhados por aí.Porém, dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) mostraram que a população desses <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113601-fosseis-de-tatus-gigantes-sao-encontrados-na-argentina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tatus</a> diminuiu em 30% nos últimos 24 anos como resultado da caça, desmatamento, atropelamento em rodovias e incêndios florestais. Por esse motivo, a equipe de Desbiez uniu forças com o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IP) da Fazenda Baia das Pedras para estabelecer uma brigada comunitária em 2021.Além disso, o pesquisador afirmou ser crucial promover a conscientização e a educação ambiental na região para que a espécie seja protegida e consiga fugir da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127764-5-animais-que-estao-vencendo-a-luta-contra-a-extincao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">extinção</a>. A ideia do projeto é estimular o respeito pelos tatus-canastra, por sua singularidade e importância para o ecossistema, de forma que esses belíssimos animais sigam existindo em nosso mundo nos próximos anos.&nbsp;

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Tatu-canastra brasileira ajudou a ciência a conhecer melhor a espécie

Descubra a inovação incrível de pesquisadores sul-coreanos que desenvolveram um material multifuncional inspirado em polvos

A busca incessante por materiais inovadores que possam se adaptar às demandas em constante evolução tem levado os cientistas a se inspirarem na natureza. Recentemente, pesquisadores na Coreia do Sul criaram um metamaterial multifuncional codificável, inspirado nas incríveis características adaptativas exibidas por organismos biológicos, como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120131-6-curiosidades-fantasticas-sobre-os-polvos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">polvos</a>. Esse metamaterial promissor abre novas possibilidades para diversas áreas que exigem rápida adaptabilidade, especialmente na robótica.O estudo foi liderado pelo professor Jiyun Kim, do Departamento de Ciência e Engenharia de Materiais da Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia (UNIST) na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118130-5-curiosidades-sobre-os-costumes-da-coreia-do-sul.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Coreia do Sul</a>. A equipe de pesquisa incluiu Jun Kyu Choe, aluno do programa combinado de MS/PhD de Ciência e Engenharia de Materiais da UNIST, entre outros colaboradores. O trabalho foi publicado na revista científica Advanced Materials.<h2>Avanços na adaptabilidade mecânica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/04/04214953200007.jpg" alt="Mecanismo de PPMM para programação in situ de comportamentos mecânicos. (Fonte: UNIST/Reprodução)"> Mecanismo de PPMM para programação in situ de comportamentos mecânicos. (Fonte: UNIST/Reprodução)</figure>Os pesquisadores desenvolveram o Polymorphic Programmable Mechanical Metamaterial (PPMM), um metamaterial multifuncional inspirado na flexibilidade dos polvos. Composto por um endoesqueleto elastomérico, uma camada de Liquid Metal Phase Alloy (LMPA) e uma camada de aquecimento condutivo, o PPMM permite ajustes graduais e reversíveis em suas propriedades mecânicas. Sua concepção inovadora, baseada em padrões gráficos de rigidez, proporciona reconfigurabilidade rica.<h2>Aplicações práticas e potencial transformador</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/04/04215047009008.jpg" alt="Capacidades de mudança de forma e memória de forma. (Fonte: UNIST/Reprodução)"> Capacidades de mudança de forma e memória de forma. (Fonte: UNIST/Reprodução)</figure>Em comparação com exemplos biológicos, máquinas leves muitas vezes enfrentam desafios em termos de adaptação a ambientes em constante mudança. O novo metamaterial, programável digitalmente, ultrapassa essas limitações, oferecendo múltiplas capacidades mecânicas notáveis. Isso inclui mudança de forma e memória, respostas tensão-deformação e índice de Poisson sob carga de compressão. Essas propriedades abrem portas para a criação de robôs flexíveis totalmente adaptáveis e máquinas interativas inteligentes.Os pesquisadores demonstraram as capacidades do metamaterial através de aplicações práticas, como um "material adaptativo de absorção de energia de choque" e um "material de transmissão de força". A capacidade do material em responder a impactos repentinos, minimizando danos, destaca seu potencial em áreas como segurança e proteção. Além disso, sua compatibilidade com tecnologias de inteligência artificial, incluindo aprendizagem profunda, abre portas para um novo mundo de inovação.O metamaterial inspirado em polvos representa um avanço notável na ciência dos materiais, prometendo revolucionar a adaptabilidade mecânica em diversas indústrias. Com sua capacidade de ajuste dinâmico e transformação em tempo real, abre-se um caminho emocionante para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras, incluindo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127850-6-robos-supertecnologicos-e-superassustadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">robôs</a> adaptativos e materiais que aprendem e se adaptam ao ambiente. Esse é apenas o começo de uma nova era de possibilidades, impulsionada pela <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122443-5-invencoes-modernas-inspiradas-na-natureza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">biomimética</a> e pela visão de cientistas comprometidos com a inovação.

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Material revolucionário que muda de forma é criado inspirado pelos polvos

O avistamento ocorreu em janeiro de 2022 na costa do Havaí e marca o primeiro caso observado de cópula na espécie

Pela primeira vez na história, dois fotógrafos conseguiram capturar imagens impressionantes do sexo entre baleias-jubarte na costa do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127056-incendio-no-havai-tudo-o-que-voce-precisa-saber-para-entender.htm7" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Havaí</a>. O caso aconteceu em janeiro de 2022, marcando um "evento" emocionante para pesquisadores, documentaristas e turistas — que sempre são surpreendidos ao se deparar com uma baleia no mar.Essas fotografias não apenas representam o primeiro exemplo documentado de baleias-jubarte copulando, mas as imagens também mostram dois machos da espécie. Então, o que esse encontro significa para a ciência?&nbsp;<h2>Imagens históricas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/04/04155701923250.jpeg" alt="(Fonte: Lyle Krannichfeld e Brandi Romano/Divulgação)"> (Fonte: Lyle Krannichfeld e Brandi Romano/Divulgação)</figure>Os fotógrafos Lyle Krannichfeld e Brandi Romano estavam em um barco perto de Maui, no Havaí, em janeiro de 2022, quando duas baleias-jubarte repentinamente nadaram perto deles. As criaturas circularam o barco, com uma baleia aparentemente perseguindo a outra. Então, os pesquisadores notaram que os animais começaram a praticar atividades sexuais a cerca de 4,5 metros abaixo da superfície.A primeira baleia parecia segurar a outra no lugar com suas nadadeiras peitorais enquanto ela penetrava a segunda baleia. Krannichfeld e Romano observaram o ato por cerca de 30 minutos. De acordo com os relatos publicados na National Geographic, cada sessão sexual entre eles parecia durar cerca de 2 minutos. “Percebemos rapidamente que havia um significado científico nisso”, disse Krannichfeld.Segundo o pesquisador, mesmo que não houvesse artigos publicados ou que nada tivesse acontecido, eles sabiam que era importante para a comunidade científica analisar o comportamento único dessas baleias. Além disso, os dois animais envolvidos eram conhecidos pela coautora do estudo Stephanie Stack, pesquisadora da Pacific Whale Foundation. Eles haviam sido previamente identificados como #PWF-NP_5016 (Baleia A no estudo) e #PWF-NP_3754 (Baleia B). Ambos eram adultos e ambos eram do sexo masculino.&nbsp;<h2>Teorias sobre o encontro do mesmo sexo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/04/04155733171251.jpeg" alt="(Fonte: Lyle Krannichfeld e Brandi Romano/Divulgação)"> (Fonte: Lyle Krannichfeld e Brandi Romano/Divulgação)</figure>Embora os pesquisadores não tenham 100% de certeza do motivo pelo qual as duas baleias copularam, <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/99489-20-animais-que-apresentam-comportamentos-homossexuais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">relações sexuais entre indivíduos do mesmo sexo</a> já foram observadas em outras espécies de animais anteriormente. Tais encontros sexuais podem ser interpretados como uma "prática", um indicativo de uma relação entre os dois animais, um caso de identidade equivocada ou até mesmo algo usado para afirmar domínio.No caso das baleias, certamente parecia que uma estava perseguindo a outra. A primeira baleia documentada estava saudável e ilesa, enquanto a segunda parecia doente e fraca. De acordo com os pesquisadores, a criatura perseguida pode ter se aproximado do barco de Krannichfeld e Romano na esperança de usar o navio como cobertura da outra baleia. Quando isso falhou, lhe faltou força para conseguir se afastar de seu perseguidor.Porém, tudo isso não passa de uma grande teoria. As <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128355-conversas-com-baleias-jubarte-podem-ajudar-a-falarmos-com-ets.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">baleias-jubarte</a> vivem em ambientes profundos e a maioria de seus comportamentos ainda são um grande mistério para a humanidade — inclusive suas vidas sexuais. “Dado o quão pouco sabemos sobre a reprodução das baleias-jubarte, eu não arriscaria adivinhar exatamente o que motivou o comportamento", finalizou Stack.

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Sexo entre baleias-jubarte machos é documentado pela primeira vez

Nos olhos das vieiras, pequenos espelhos curvos colocados lado a lado melhoram a visão periférica em condições de baixa luminosidade

<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128340-moluscos-podem-ser-a-chave-da-longevidade-segundo-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Parentes próximos dos mexilhões</a>, as vieiras não apenas conseguem ver, mas seus até 200 olhos são capazes de detectar predadores, como uma estrela-do-mar, por exemplo, se aproximando sorrateiramente. Mas, ao contrário do olho humano, que funciona como uma lente, os olhos da vieira usam um espelho côncavo para focar a luz, e contêm duas retinas.&nbsp;Esses olhinhos, localizados na borda do manto que reveste as conchas desses moluscos bivalves, estão sendo descobertos aos poucos pela ciência, até mesmo como inspiração para o design de objetivas de microscópios. Um estudo publicado na Current Biology revelou que os olhos de vieira têm pupilas que se dilatam e contraem conforme a luz, e são bem mais reativos do que se pensava.&nbsp;Usando simulações de computador, os pesquisadores descobriram que, quando a luz entra diretamente no campo visual das vieiras, ela sensibiliza a parte superior das retinas. No entanto, quando incide em ângulo, a luz vai para a retina inferior, incrementando a capacidade da visão periférica, especialmente em condições de penumbra, explicaram os pesquisadores à revista Science.<h2>Como funcionam os olhos das vieiras?</h2><iframe width="640" height="360" src="https://www.youtube.com/embed/bbNfV2zoodU" title="Hubble in a bubble: Scallop eyes act like tiny telescopes" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Segundo o estudo, à medida que a luz penetra o olho de uma vieira, ela passa pela pupila, um cristalino, duas retinas (distal e proximal), até atingir um espelho feito de cristais de guanina, semelhante aos que equipam o Telescópio Espacial Hubble, na parte posterior do olho.Esse espelho curvo atua como um refletor, direcionando a luz para a superfície interna das retinas. Ali, fotorreceptores convertem a luz em sinais neurais transmitidos para um pequeno gânglio visceral, um aglomerado de células nervosas que controlam o intestino e o músculo adutor, justamente a parte da vieira mais apreciada na culinária.Em comunicado, o autor sênior do estudo da Current Biology, Dan Speiser, da Universidade da Carolina do Sul, nos EUA, explica que a luz próxima do espelho não desfoca porque as pupilas das vieiras são capazes de abrir e contrair. E, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128859-sensibilidade-as-cores-diminui-conforme-envelhecemos-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">embora essas respostas pupilares não sejam tão rápidas quanto às humanas</a>, alteram o diâmetro da pupila em até 50%.&nbsp;<h2>Copiando o design dos olhos de vieiras em novos modelos de microscópio</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/15/15133657463178.jpg" alt="(Fonte: Dan-Eric Nilsson/Universidade de Lund)">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://scx1.b-cdn.net/csz/news/800a/2017/5a207696c30bc.jpg"> Dan-Eric Nilsson/Universidade de Lund </a>(Fonte: Dan-Eric Nilsson/Universidade de Lund)</figure>Recentemente, uma equipe de pesquisadores liderada pelo neurocientista Fabian Voigt, da Universidade de Zurique, se inspirou nos olhos das vieiras para criar um novo modelo de microscópio.&nbsp;O protótipo foi feito a partir de um telescópio Schmidt, instrumento astronômico que faz correção óptica para obter imagens de campo amplo com alta qualidade. A equipe simplesmente preencheu o telescópio comum com um meio de imersão líquida e o reduziu.&nbsp;Com isso, a objetiva resultante funciona como um minitelescópio que, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127713-china-desafia-limites-construindo-o-maior-telescopio-subaquatico-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">apesar de submerso, continua fornecendo imagens nítidas</a>. Usando um espelho esférico em vez de lentes, como aprendido com as vieiras, os cientistas poderão em breve examinas tecidos tumorais humanos ou detectar doenças neurológicas.

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Olhos de vieira: design do molusco é adaptado em novo modelo de microscópio

Cálculos estatísticos são muito importantes, mas a depender de quem os faça podem ser excêntricos

Como o <a href="https://www.tecmundo.com.br/mercado/212660-pessoas-ricas-mundo-calculo-feito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cálculo</a> estatístico de algum dado só existe porque alguém é movido a fazer esse levantamento, não é incomum cruzarmos com estatísticas bastante "alternativas". A estas médias, costuma-se usar o termo per capita, isto é, "por cabeça". Com origem no latim, a expressão per capita é muito usada no campo da economia e, como dissemos, da estatística.Per capita&nbsp;indica uma média por pessoa de algum valor, como a renda de uma família, ou o consumo de bebidas em uma festa, por exemplo. No entanto, em algumas situações, aquele levantamento "alternativo" que citamos anteriormente surge, fazendo prestarmos atenção a (e rirmos de) dados muito curiosos. Confira alguns deles.<h2>1. Vaticano tem o maior consumo&nbsp;per capita&nbsp;de vinho do mundo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/14/14191256087011.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"> (Fonte: Unsplash)</figure>Não são os franceses os maiores consumidores de vinho no mundo. Esse posto cabe aos habitantes da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128840-ha-95-anos-o-vaticano-se-tornava-um-estado-como-isso-aconteceu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cidade do Vaticano</a>, cidade-estado onde vive o Papa. Os dados são do California Wine Institute. Os habitantes bebem em média 74 litros de vinho por ano, quase o dobro de italianos e franceses.Levando em consideração o tamanho de uma garrafa de vinho, é como se a população do Vaticano consumisse cerca de 100 garrafas ao longo de 365 dias. Pesquisadores sugerem que o fato da cidade-estado ser uma "zona franca" com valores reduzidos para quem é residente pode contribuir para esse número elevado.<h2>2. Finlândia tem o maior número de bandas de heavy metal per capita no planeta</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/14/14190128768006.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"> (Fonte: Unsplash)</figure>Se você é um headbanger, certamente deve ouvir alguma banda de heavy metal finlandesa. Mas prepare-se para ser surpreendido: o país escandinavo não é apenas conhecido por suas bandas famosas no gênero, mas também é o que possui o maior número de grupos por 100 mil habitantes. Mais precisamente: 53,2 bandas. O levantamento foi feito por um usuário no Reddit.Como se tratam de dados sem rigor científico, a explicação para esse apontamento fica no campo na especulação. Entre as possíveis explicações, estaria a herança viking do povo local, que teria encontrado no gênero musical uma maneira eficaz de tratar seu passado histórico.<h2>3. Argentina possui maior número per capita de pets do mundo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/14/14185825440003.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"> (Fonte: Unsplash)</figure>Talvez se o tema fosse <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/110780-nem-so-de-churrasco-vive-a-argentina-conheca-7-pratos-que-valem-a-viagem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maior consumo de medialunas</a>&nbsp;ou maior número de fãs do Maradona, ninguém se espantaria. Porém, a estatística curiosa relacionada aos nossos vizinhos argentinos diz respeito à quantidade de&nbsp;pets per capita. Ao longo da última década, diferentes pesquisas indicaram a Argentina como a capital mundial dos donos de animais de estimação.Cerca de 80% dos lares argentinos contam com um pet, sendo cachorros os líderes (81%), seguidos de gatos (52%) e tartarugas (7%). O número é bastante inusitado, especialmente se levarmos em consideração que nos Estados Unidos existem mais cães do que habitantes na Argentina.<h2>4. Uruguai é o país com maior número de vacas&nbsp;per capita</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/14/14185739106002.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"> (Fonte: Unsplash)</figure>O paisito, como é carinhosamente conhecido o Uruguai, guarda grandes curiosidades. Amantes do mate, do doce de leite e de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128204-qual-pais-tem-o-melhor-churrasco-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">churrasco</a> (asado, como eles dizem), tem na carne bovina seu principal produto de exportação há quase duas décadas. Com pouco mais de 3,45 milhões de habitantes, o Uruguai tem mais de 12 milhões de cabeças de vacas, o que os coloca no topo das estatísticas de vacas per capita.Sim, em nosso vizinho existem quase três vacas e meia para cada habitante, número infinitamente maior do que as 0,28 vaca por cabeça dos Estados Unidos, nação com a maior quantia de vacas no mundo — aproximadamente, 92 milhões de unidades.<h2>5. Estônia tem maior número per capita&nbsp;de modelos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/14/14185657429001.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"> (Fonte: Unsplash)</figure>Para quem tem o sonho de seguir a carreira de modelo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128560-conheca-a-tradicao-na-estonia-de-esquiar-20-montanhas-em-um-dia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nascer na Estônia</a> deve ser um bom negócio. O país do norte europeu é conhecido pela curiosa estatística de ser o que possui maior número de modelos per capita.&nbsp;Para cada milhão de cidadãos, a Estônia "produz" 74 modelos.Se numericamente eles ficam atrás dos Estados Unidos, local com maior número de modelos em todo o mundo, a alta concentração&nbsp;per capita serve para o país europeu como um impulsionador de sua economia, em especial para alavancar o turismo local.

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5 das estatísticas "per capita" mais inusitadas do mundo!

Após passar uma vida inteira pesquisando sobre os lepidópteros, Akito Kawahara está corrigindo o registro de onde as borboletas evoluíram pela primeira vez

Aos 8 anos, Akito Kawahara foi levado para um passeio exclusivo para membros pela coleção de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120282-os-7-insetos-mais-surpreendentemente-irados-do-reino-animal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">insetos</a> do Museu Americano de História Natural. Quem o conduziu pela exibição foi seu pai On Kawara, um renomado artista conceitual que lhe introduziu às borboletas.Nessa época, Akito já tinha acumulado cerca de 500 espécimes em sua própria coleção. Desde então, ele se tornou completamente obcecado por esses animais e logo passou a investir numa carreira para entender de onde vieram as borboletas, como elas evoluíram e como cada espécie está relacionada entre si. Agora, com 45 anos, o pesquisador tem encontrado informações surpreendentes sobre o tema.&nbsp;<h2>Evolução das borboletas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/15/15022852134004.jpg" alt="(Fonte: Museu da Flórida/Divulgação)"> (Fonte: Museu da Flórida/Divulgação)</figure>Em maio de 2023, Kawahara trabalhou com quase 90 coautores de seis continentes para entender mais sobre as <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124009-6-borboletas-nativas-do-brasil-que-sao-incrivelmente-belas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">borboletas</a>, publicando os resultados de um enorme estudo global sobre a evolução desses insetos baseados em amostras de DNA de 2,3 mil espécies diferentes.O estudo não só preenche as lacunas no gráfico filogenético que ele já havia notado quando criança, mas também apresenta uma história de origem completa para esses insetos carismáticos. Enquanto a maioria dos pesquisadores pensava que as borboletas tinham evoluído na Australásia, ele encontrou indícios de que as primeiras borboletas na realidade surgiram na América do Norte e Central.&nbsp;O primeiro ancestral desses insetos foi a mariposa-noturna, que passou a voar durante o dia nessa região do mundo há 101 milhões de anos. Para Kawahara, o estudo — que demorou oito anos para ser concluído — foi intensamente pessoal, uma vez que trouxe memórias familiares sobre seu pai. "Me interessei por borboletas por causa dele. Foi ele quem me inspirou a seguir minha paixão e me tornar um cientista de borboletas. E ele estava comigo naquele dia no [museu] quando vi a filogenia mal resolvida das borboletas e sonhei em completá-la", celebrou.&nbsp;<h2>Computando os dados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/15/15022925916005.jpg" alt="(Fonte: Museu da Flórida/Divulgação)"> (Fonte: Museu da Flórida/Divulgação)</figure>Para extrair o máximo de informações de todas as borboletas coletadas em inúmeras viagens de pesquisa, os cientistas envolvidos no trabalho tinham em mãos quatro supercomputadores funcionando simultaneamente em três sedes de pesquisa: uma na Alemanha e duas nos Estados Unidos.Processando mais de 370 milhões de pedaços individuais de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121199-o-que-e-o-dna-e-como-ele-se-parece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">DNA</a>, os computadores calcularam a melhor hipótese ou probabilidade da árvore evolutiva das borboletas. Depois, com base na datação e nos fósseis, estimaram a idade de cada ramo possível da árvore. Além das descobertas inovadoras sobre onde e quando as borboletas se originaram, os cientistas constataram que 36 "tribos" de borboletas precisavam ser reclassificadas.O estudo constatou que as primeiras lagartas de borboletas provavelmente se alimentaram de apenas de feijões-americanos para sobreviver. Assim, essas criaturas "floresceram" na América do Norte e depois voaram para a América do Sul. Anos mais tarde, dispersaram-se para a Austrália, Ásia, Índia, África e, finalmente, há cerca de 30 milhões de anos, para a Europa.Hoje existem cerca de 19,5 mil espécies de borboletas espalhadas por todo o mundo, exceto na Antártida. Como próxima etapa de pesquisa, Kawahara pretende se concentrar na construção de uma imagem mais detalhada da evolução desses insetos, utilizando uma amostragem ainda maior de DNA e mais abrangente que o estudo de 2023.&nbsp;

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De onde vieram as borboletas?

Após ser cortado em pedaços, relíquia histórica foi roubada do Egito por duas mulheres britânicas

Quem passa pela exposição de antiguidades egípcias do Museu Macclesfield pode achar que não há nada de errado com a cartonagem — material que involucrava os caixões do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124159-6-impressionantes-animais-mumificados-do-egito-antigo.htm#:~:text=O%20processo%20de%20mumifica%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A9,na%20vida%20ap%C3%B3s%20a%20morte." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Antigo Egito</a> — do sarcófago ali presente. Porém, quem se aproxima para dar uma olhada com maior cuidado poderá notar que esta cartonagem possui algumas anomalias.Isso são evidências de reparos que tiveram que ser feitos após a caixa ser cortada em pedaços, ter sua múmia removida e ser contrabandeada para fora do Egito em uma história completamente inacreditável envolvendo duas senhoras vitorianas em 1874. Conheça mais sobre o caso!<h2>Roubo de sarcófago</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/21/21014457946000.jpg" alt="(Fonte: Banhos Indi/Reprodução)"> (Fonte: Banhos Indi/Reprodução)</figure>Embora a cartonagem do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127596-sarcofago-romano-de-1800-anos-e-encontrado-intacto-na-franca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sarcófago</a> remonte para cerca de 800 a.C., ela foi retirada do Egito em 1874. O artefato só foi recuperado por conta de Marianne Brocklehurst, filha de um rico proprietário de uma fábrica de seda, e de seu interesse pela arqueologia. Em 1873, Marianne partiu para o Egito com sua companheira, Mary Booth.Juntas, elas realizaram cinco expedições egípcias, das quais retornaram com artefatos que hoje estão no Museu Macclesfield. Brocklehurst documentou suas viagens em notas manuscritas, esboços e aquarelas em seu diário, que também estão guardados no museu. Em Alexandria, ela conheceu um artista que conhecia moradores locais que possuíam antiguidades.Para a sorte do casal, o mesmo artista as guiou pelas ruínas de Tebas, na Grécia, onde foram "presenteadas" com um sarcófago. Brocklehurst recursou a aceitar o artefato inteiro pelo tamanho, mas em vez disso negociou apenas a cartonagem interna. A caixa da múmia acabou sendo contrabandeada pelo rio Nilo, serrada para conseguir ser transportada e teve sua múmia descartada.&nbsp;<h2>Contrabando em grande escala</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/21/21014527845001.jpg" alt="(Fonte: Banhos Indi/Reprodução)"> (Fonte: Banhos Indi/Reprodução)</figure>Em seu diário, Brocklehurst escreveu pouco sobre os acontecimentos da época e apenas registrou o destino da múmia em códigos — provavelmente com medo de ser descoberto. Retirar antiguidades grandes e valiosas do Egito sem licença era algo ilegal e, caso ele tivesse levado o produto às autoridades egípcias, Brocklehurst provavelmente poderia ter obtido uma licença de exportação e pago qualquer quantia para obtê-lo."Gostamos da ideia de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120304-contrabando-de-biblias-a-antiga-pratica-crista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">contrabandear</a> em grande escala sob o nariz dos guardas do Paxá que, como as escavações estavam acontecendo ali perto, eram bastante densas no solo e em alerta. É nesta seção que também aprendemos o verdadeiro destino da múmia: [Ela] foi enterrada à noite com grande sigilo e deixada em sua terra natal”, escreveu Brocklehurst.De acordo com pesquisadores, Marianne e Mary tentavam desafiar as expectativas e fazer coisas que as pessoas pensavam que "não deveriam fazer por serem mulheres". Anos mais tarde, Brocklehurst tornou-se apoiadora do Fundo de Exploração do Egito, criado para preservar monumentos da região, e passou a promover projetos de pesquisa do patrimônio cultural egípcio até os dias atuais.Por muito tempo, os egípcios estavam desmontando e serrando caixões e vendendo-os aos turistas. Logo, algo precisavam ser feito para preservar a história local. Até o momento, ainda não está claro se o objeto furtado algum dia será devolvido ao Egito, mas certamente a coleção criada pelas duas audaciosas mulheres vitorianas é "bastante incomum" e possui uma história um tanto quanto controversa.

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A história da cartonagem de sarcófago contrabandeada por casal vitoriano

Saber por que não sentimos a rotação da Terra é uma questão aparentemente simples, mas envolve princípios como inércia e gravidade

Deitados no sofá, assistindo televisão, é difícil acreditar que estamos a bordo de um planeta que, além de viajar pelo espaço, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124148-o-que-aconteceria-se-a-terra-comecasse-a-girar-mais-rapido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gira em torno do seu próprio eixo a uma velocidade de cerca de 1,67 mil quilômetros por hora</a> — aceleração que daria para ir de São Paulo ao Rio de Janeiro em pouco mais de 15 minutos. Como&nbsp;não sentimos essa velocidade toda?Em rotações menos velozes, como a plataforma giratória de um parque de diversões, por exemplo, sentimos que estamos sendo empurrados para fora do brinquedo. Essa sensação é normalmente chamada de força centrífuga, mas, nesse caso, ela não é real.&nbsp;O que está acontecendo é que nosso corpo quer continuar se movendo em linha reta, mas, como o equipamento gira, nosso corpo parece empurrado para o lado. Mas isso é apenas uma sensação, uma ilusão causada pela nossa inércia relativa ao brinquedo em movimento curvo. Mas, por que o mesmo não acontece com a Terra, que é bem maior e mais rápida?<h2>Por que não percebemos o movimento relativo na rotação da Terra?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/10/10192644209000.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)"> (Fonte: Getty Images)</figure>Se, no contexto da física, o movimento relativo é o único com o qual devemos nos preocupar, de acordo com Einstein, a ausência dessa sensação na rotação da Terra é meio desconcertante, mas tem uma explicação. É que, "a bordo do planeta" compartilhamos uma referência comum com os demais observadores terrestres.&nbsp;Além disso, o movimento da Terra é suave e, embora possa ser afetado por fatores externos, a velocidade angular (ou taxa de rotação) pode ser considerada relativamente constante em escalas de tempo humanas.Isso é muito importante, pois, se o movimento de rotação fosse brusco, sentiríamos com certeza a aceleração e a desaceleração. No entanto, da mesma forma que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127786-por-que-nao-percebemos-a-real-velocidade-de-um-aviao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">conseguimos ir ao banheiro em um voo doméstico a 900 quilômetros por hora</a>, caminhamos tranquilamente na superfície do planeta, ainda que ele orbite o Sol a quase 107 mil quilômetros por hora.<h2>O papel da gravidade na rotação do planeta</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/10/10204748966000.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)"> (Fonte: Getty Images)</figure>É importante lembrar que, quando um objeto se encontra em movimento de rotação a um ponto fixo, como é o caso da Terra em volta do seu eixo, gera uma força centrífuga, devido à tendência do próprio objeto em se mover em linha reta, em vez de curva.&nbsp;Essa força, que teoricamente poderia nos expulsar do planeta, não o faz porque a força gravitacional que nos mantém "presos" na superfície é muito mais forte.&nbsp;Para o professor de física e ciências ópticas da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, Greg Gbur, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128711-sera-que-os-astronautas-em-marte-terao-uma-percepcao-diferente-da-passagem-do-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">"a aceleração da gravidade é de cerca de 9,8 m/s2 na superfície da Terra"</a>, explicou ao Live Science. Mas, no equador, onde a velocidade de rotação é máxima, essa aceleração é ligeiramente menor (0,03 m/s2) do que seria se a Terra não girasse.&nbsp;

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Mesmo a 1,6 mil km/h, por que não sentimos a Terra girando?

Estudo mostra qual tipo de cenário pode aumentar a chance de sobreviver quando o corpo é atingido por um raio; confira

Nem todos conseguem encontrar um refúgio para escapar dos raios depois que a chuva começa, e a verdade é que mesmo antes que as gotas comecem a cair do céu, há pessoas que sequer conseguem avistar o perigo das descargas elétricas se aproximando.Buscando ir além de estudos anteriores que não consideraram a influência da chuva sob a pele, pesquisadores resolveram conduzir um experimento para analisar como acontece a distribuição da corrente no corpo humano em diferentes cenários.Tudo isso para responder a uma pergunta: afinal, existe alguma coisa que pode aumentar a chance de sobrevivência quando um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124891-mineral-nunca-antes-visto-surge-em-queda-de-raio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">raio</a> atinge uma pessoa diretamente na cabeça?<h2>Explorando as probabilidades</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/14/14112009551072.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"> (Fonte: Getty Images)</figure>Há muitos fatores que atuam conjuntamente na formação da descarga elétrica e a maneira como ela é distribuída pelo corpo. Cientes disso, pesquisadores recorreram a um método para estabelecer uma conexão entre a chuva e a sua capacidade de atenuar os efeitos dos raios.Para isso, eles utilizaram bonecos que simulam o corpo humano. Compostos por materiais que representam o couro cabeludo e até mesmo o nosso cérebro, esses "fantoches modernos" foram submetidos a algumas descargas elétricas em diferentes cenários.Segundo o estudo, publicado na Scientific Reports, o tempo seco oferece o maior risco de morte quando o corpo é atingido por um raio. Ou seja, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119107-o-que-realmente-significa-ter-50-de-chance-de-chuva.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chuva</a>, na prática, fornece uma espécie de proteção, evitando que a descarga elétrica atinja a cabeça de uma pessoa com toda a sua intensidade.Como o próprio trabalho destaca, 5% das lesões nesse tipo de cenário catastrófico são ocasionadas por raios diretos. Raios laterais, por sua vez, respondem por cerca de 30% dos casos. Parada cardiorrespiratória e danos no sistema nervoso central respondem pelas causas de morte mais frequentes a partir desse fenômeno.<h2>Resultados do experimento com raios</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/14/14112213535073.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"> (Fonte: Getty Images)</figure>Foi observada uma maior quantidade de corrente elétrica no couro cabeludo do boneco que estava molhado, em comparação com o que estava seco. No entanto, algo surpreendente foi percebido: a cabeça molhada teve uma exposição da corrente 12,5% menor. Os danos decorrentes dos raios, da mesma forma, foram mais recorrentes nas cabeças que permaneceram secas ao longo do experimento.A conclusão do estudo é que a chuva pode contribuir com uma taxa de sobrevivência aos raios que gira em torno de 70% a 90%. Dois motivos são apontados para isso: a menor exposição da corrente na região do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124398-cerebros-humanos-vem-diminuindo-de-tamanho-ha-3-mil-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cérebro</a> e a redução de danos térmicos e mecânicos.No entanto, como esses bonecos não eram cobertos por cabelo real, e também não possuíam outras características humanas, o estudo ficou limitado. Ainda assim, levantou possibilidades que podem ser exploradas mais a fundo em outros estudos.Na dúvida, não deixe de tomar todos os cuidados possíveis no dia a dia. Em qualquer situação de risco, para evitar ser <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/261013-proteger-raios-durante-tempestades.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">atingido por um raio</a>, não se abrigue embaixo de árvores, permaneça distante de estruturas metálicas e procure um local coberto imediatamente.

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Tempo seco ou chuvoso: qual cenário torna os raios mais perigosos?

Estudo revela que poluição do ar compromete habilidade das mariposas de identificar aromas florais

O perfume das flores não é apenas um deleite para os humanos; é uma característica para a sobrevivência das plantas, que dependem desses sinais olfativos para atrair polinizadores. No entanto, um estudo recente publicado na revista Science revela que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120026-alem-da-respiracao-outras-formas-como-a-poluicao-nos-afeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">poluição do ar</a>, em particular o ozônio e os radicais nitrato, está prejudicando esse delicado equilíbrio e ameaçando a polinização noturna, essencial para a reprodução de várias espécies.<h2>Impactos da poluição atmosférica na polinização</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/13/13155548520007.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"> (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figure>Pesquisadores da Universidade de Washington, liderados por Jeremy Chan, conduziram a pesquisa que avaliou a interação entre <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais-sinistros/71861-5-curiosidades-bizarras-sobre-as-mariposas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mariposas</a> noturnas e flores de prímula. Os cientistas descobriram que o ozônio e os radicais nitrato, subprodutos comuns da exaustão de veículos e da queima de combustíveis fósseis, desativam os produtos químicos de atração presentes no perfume da flor. Isso resulta em uma redução significativa no número de mariposas visitando as flores de prímula.O estudo não apenas identificou os impactos, mas também desvendou os mecanismos precisos envolvidos. Usando técnicas avançadas como cromatografia gasosa e espectrometria de massa, os pesquisadores identificaram os compostos olfativos específicos da prímula. Ao expor esses compostos a poluentes atmosféricos, os cientistas observaram uma degradação significativa, destacando como a poluição afeta diretamente a química essencial para atração de polinizadores.O papel vital desses polinizadores noturnos na produção de frutos destaca a urgência de enfrentar a poluição atmosférica, uma vez que ela não apenas ameaça as mariposas, mas também compromete integralmente o equilíbrio do ecossistema. Essa minuciosa análise oferece informações cruciais sobre a interação entre os insetos e as flores, e fornece um alicerce valioso para pesquisas futuras e a implementação de medidas corretivas.&nbsp;<h2>Impactos globais na polinização</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/13/13160008021010.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"> (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figure>Os resultados do estudo não se limitam a uma localidade específica. Eles apontam para uma preocupante conclusão global: a poluição por ozônio e nitrato pode estar prejudicando a capacidade dos polinizadores em detectar suas plantas hospedeiras em mais de 75%.Isso representa uma ameaça substancial à biodiversidade, com implicações além da produção de frutas e sementes, afetando todo o ecossistema. A pesquisa destaca a necessidade de ações coordenadas para mitigar a poluição do ar em níveis globais.Em meio a essa análise preocupante, resta uma fresta de esperança. O progresso nas proteções ambientais desde a década de 1980 demonstra que ações podem reduzir significativamente a poluição atmosférica.A transição para <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128823-fusao-nuclear-um-marco-historico-rumo-a-energia-sustentavel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fontes de energia mais limpas</a> e a promoção de meios de transporte sustentáveis são passos fundamentais para preservar não apenas a qualidade do ar para os humanos, mas também para garantir que as mariposas, e outros polinizadores, possam continuar desempenhando seu papel vital no equilíbrio ecológico. Esse alerta científico destaca a responsabilidade coletiva de proteger nosso planeta e suas intricadas redes de vida.

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